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PEDRO VINICIUS CORTEZ NOBRE

( Distrito Federal – Brasil )

 

 

1o. Prêmio Cassiano Nunes - Concurso Nacional de Poesia - Seleção 2009.  AntologiaOrg. Maria de Jesus Evangelista.  Brasília: Universidade de Brasília -Biblioteca Central- Espaço Cassiano Nunes, 2010.    152 p.     14 x 21 cm.             Ex. bibl. Antonio Miranda

 

TORRE DE HOMENS

No dia derradeiro em que pela última vez
iluminou o brilho do sol a velha torre,
construída sobre pedras e em pedras repousando,
subiu um jovem escravo ao último andar seu,
nas nuvens,
pegou uma lasca afiada, marcou
uma letra na rocha
Coube ali m toque de superstição,
lá no alto a que nenhum outro homem jamais chegara

Foi esse escravo o primeiro dos primeiros
sobre quem desceu do céu a loucura como silêncio;
ao que lhe vieram chamar: desça
ele não entendeu e até se assustou

Sem que se soubesse por quê
A paz e o sossego fugiram
no
espaço de um fôlego apenas um fôlego
e nada mais, fugiram,
fustigados por um dedo celestial
que dançava e gargalhava,
pondo a correr pernas magras,
tingindo o pôr-do-sol com sangue vermelho,
que a terra seca avidamente bebia:
todos os homens sucumbiam —
pais às mãos dos filhos, filhos às mãos dos pais,
mas todos eles, todos
compelidos a um só tempo pelo mesmo dedo

Sobre o primeiro escravo filho de Babel
a confusa ira divina caiu, despencou
na cabeça de homens honestos, embora
um tanto ambicioso, é claro,
eram-no, sim, — que mais poderia ser?
Nascidos da Terra, não fortes como ela,
A torre mais alta que construíram suas mãos
a custo chegara aos pés da mais modesta das montanhas
E no entanto, Deus, Deus! sentira-se incomodado,
afinal o último andar o irritava em seu repouso,
pinicava-o em sua ira,
e por isso o desmanchou

permitiu ao pobre escravo, porém,
a quem faria ainda a vagar pelo deserto,
— injustiçado, estupefato, desamparado, amedrontado,
abandonado —
um vago vislumbre do que se seguiria à primeira Babel,
e como ainda se juntariam os homens, teimosos
empilhando tijolo sobre tijolo, esperançosos,
para que em resposta dos céus a cada vez mais forte
soprasse um vento de um Ancião
e que viesse ele varar o intento novo
ignorado este até então, e ditoso;
antes sobre a pedra dura os braços haviam se juntado
sob um só nome e sob uma mesma língua,
construindo de suas vidas algo maior
qual montanhas: mais forte, infinito,
para que cruzasse o espaços
a sua mensagem corajosa, chegando às nuvens
— dizendo, clamando:
“Estamos ainda aqui, vivos, unidos!”

 

*

 

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Página publicada em abril de 2022


 

 

 
 
 
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